O I Colóquio
Franco-Brasileiro de Estética de Cachoeira: Fronteiras nas Artes Visuais, em 11 de
outubro, realizado em uma colaboração entre a Université Paris 8, a Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia (CAHL-Artes Visuais) e a Universidade Federal da Bahia
(PPGAV- EBA-Escola de Belas Artes), faz parte das atividade do grupo de
pesquisa RETINA.International em 2013 no ciclo de pesquisa “Dialogues
Frontieres” (Diálogos de Fronteiras).
O grupo
RETINA.Internacional (Recherches Esthétiques & Théorétiques sur les Images
Nouvelles & Anciennes), sob a coordenação do Prof. Dr. François Soulages,
da Université Paris 8 e do Institut National d'Histoire de L'Art a Paris, vem
desenvolvendo em 2012/2013 uma série de colóquios, que aconteceram e estão
acontecendo em diversos países (Brasil, França, Bulgária, Marrocos, Peru,
Eslováquia e Turquia), no intuito de refletir sobre as problematizações
contemporâneas referentes às fronteiras geopolíticas e geoartísticas, tendo como idéia principal o seguinte
argumento:
As fronteiras geoartísticas e geopolíticas
(François Soulages & Eric Bonnet
)
A problemática das fronteiras é mais decisiva e mais relevante do que
nunca: Europa, Ásia, África, América, Oceania ... É uma questão que afeta todo
ser humano. Mas porque e como fixá-las e transformá-las, atravessá-las e
se libertar? Porque e como articular história e políticas, passado e presente,
humanidade e sociedades, universalidade e particularidades, ser e devir,
enraizamento e mobilidades, proteção e aberturas? Em suma, as fronteiras
garantem tão facilmente a coexistência - pacífica ou bélica - de espaços
diferentes, até opostos e incompatíveis?
Esta questão geopolítica é esclarecida pelo trabalho de artistas que se
apropriam dela pelas modalidades de suas produções, suas criações, suas
comunicações, suas recepções. O geoartístico então acontece na sua pluralidade:
relacionados para alguns à mobilidade, imigração, migração ou
exílio, para outros, ao nomadismo, à desterritorialização, ao global
local, para outros ainda a uma interrogação sensível e/ou conceitual de
fronteira geopolíticas. Ao ponto de transformar as fronteiras geoartísticas
mesmas e as fronteiras estéticas da arte.
O problema principal é, assim, em que e porque as fronteiras
geopolíticas influenciam as fronteiras geoartísticas e
vice-versa?
A problemática das fronteiras será, portanto, esclarecida a partir da
articulação dialética das abordagens geopolíticas e geoartística . E,
graças às obras, aos trabalhos, procedimentos, processos, instituições e
artistas - arte contemporânea, arte digital, artes visuais, teatro, literatura,
música, etc - trabalham para questionar as realidades e representações das
fronteiras na criação das obras e nas reflexões teóricas que resultam.
Criações, reflexões, produções de artistas permitirão, portanto, de ter novos e
enriquecedores pontos de vista sobre as fronteiras - geoartísticas e
geopolíticas - e sobre suas representações.
É dentro desse eixo
de pensamento que o I Colóquio Franco-Brasileiro de Estética na UFRB
pretende discutir as fronteiras nas artes visuais, nos processos de criação, produção
e recepção da imagem, compreendendo como a pesquisa em artes vem deslocando esses limites nas
práticas artísticas contemporâneas, nas relacões entre o corpo, a arte e a
tecnologia, nos levando a um questionamento da própria existência dessas
fronteiras. O debate provocado pelas conferências e mesas redondas vai abordar
as seguintes questões: Como podemos discutir as fronteiras nas artes
visuais? Quais são os seus deslocamentos
na produção artística contemporânea? Como esses limites são questionados nos
procedimentos artísticos? Como as fronteiras entre as artes, entre os espaços e
entre os diferentes tempos se diluem na arte digital? Quais os limites da
imagem e da arte na cultura digital?