Exposição




É nos limites da memória que as poéticas fotográficas dos jovens artistas graduandos do curso de Artes Visuais da UFRB se encontram. No questionamento do papel da fotografia enquanto memória, a experimentação digital fixa e dá movimento a essas imagens e à própria imaginação.

do corpo

Nas passagens onde transitam os múltiplos do eu na cultura digital, se instala o  trabalho de Kelvin Marinho, no (re)conhecimento da auto-imagem e, assim, de si mesmo, questionando a memória de quem somos. Nas imagens e nos ritos de Flávia Pedroso encontramos as formas do feminino e do sagrado inscritas na memória afetiva do corpo, na descoberta da sua ancestralidade, do ser natural. Nos rituais de passagem na fotoperformance de Juccy Alves, a vivência do feminino é marcada por uma estética do sacrifício, da opressão, em contradição a um desejo de liberdade, revelando a necessidade de construir outras memórias.

do lugar

Na fotoinstalação de Daniela Gomes, a memória do olhar que muda de perspectiva, de ponto de vista, que recria a paisagem e encontra outros caminhos, outras formas de ver. Ao apropriar-se da paisagem,Vinícius de Castro recontextualiza o objeto na busca de suas recordações de infância, lembrando que o limite entre o imaginado e o rememorado é quase sempre flou.

do tempo

Na procura da sua memória pessoal, Miquéias Rezende toma como objeto o próprio tempo, mostrando que a memória é uma reinvenção dos instantes de um tempo subjetivo, no eterno reconfigurar-se da vida. É nesse tempo da memória, individual e coletiva, dos rituais cotidianos, onde se confundem o passado, o presente e o futuro, que se insere o trabalho de Arinaldo Teixeira: a imagem de cada dia que recomeça trazendo um novo olhar, uma memória sempre atual, que se transforma na nossa percepção do mundo, na diluição das fronteiras do espaço-tempo.

Valécia Ribeiro
curadora


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